QUER LER UMA HISTÓRIA QUE ENVOLVE UMA BOA DOSE DE ROMANCE E SUSPENSE?! O Preço do Amanhecer
O conto Preço do Amanhecer é uma Fanfic do conto Venha Ver o Pôr do Sol da Lígia Fagundes Teles. A narrativa conta a história de Ricardo que a foi trocado por sujeito qualquer. O que Ricardo fez depois da traição?!
O Preço do Amanhecer-
Vivo? Não poderia se dizer um, afinal, não se sentia assim. Um morto? Passava longe, até porque mortos não andava em meio aos vivos civilizadamente ou muito menos falavam com eles sem trabalho algum.
Situava-se na linha da vida e da morte, uma fina linha. Seu tempo na terra já era curto, pois já ficaste demais nesta situação, disseram-no, que, se os oferecesse algo preciso dele, eles os deixaria viver, sairia do meio a meio e iriam para um só lado, podendo viver sem mais obstruções.
Como acabou ali? Por uma ignorante brincadeira de adolescentes, típicos rituais de espíritos, do qual se constitua em entrar em um elevador, se dizia que iria para "Outro mundo".
Só que, como todos os rituais, existiam exceções, da quais algumas custavam sua vida ou lhe aplicavam complicações anímicas.
- Atormentação
- Possessão
- Perseguidos por entidades demoníacas
- Morte...
Seus amigos insistiram para o mesmo ir, mas ele não queria, achava isso uma brincadeira de criança e, sentia um mal-estar, como quem o avisasse para continuar em seu lugar e com sua opinião de não ir, na conversa de seus comparsas.
Mas acabou indo, por dizerem que o mesmo era um frouxo, seu ego desceu e seu orgulho foi dilacerado, obrigou-se a ir para calar de uma vez a boca dos colegas.
No mesmo dia que participava disso, teve uma briga com Raquel, ela tinha terminado com ele para ficar com um rico qualquer, ela pisoteou seu coração e passou na cara do mesmo que o tal cara poderia lhe dar uma melhor vida do que ele a ela. No mesmo dia, ele a pediria em noivado, depois de dois anos de namoro. Disse para Raquel que sua riqueza era seu amor por ela, mas ela não ligou, disse que riqueza era dinheiro de verdade, não mixurucas de palavras sem sentindo. Deu as costas e foi embora, dando um fim naquilo, deixando-o só. Ele, sem ter o que fazer com a caixinha de veludo contendo como conteúdo duas lindas alianças pratas, enfeitadas, na parte posterior, com o nome de cada um, jogou fora, sem se importar que pudesse ir ao lugar onde comprou e pedir seu dinheiro de volta. No anel, que seria de Ricardo, continha o nome de sua amada, e no da moça que um dia disse que o amou, seu nome, tão bem gravado na textura anelar.
No outro dia ele foi para a faculdade, precisava finalizar alguns projetos mesmo não estando com cabeça para isso e, no fim do dia, foi para casa do amigo para passar o tempo, mas acabou se metendo em uma situação pior, da qual lhe causou ainda mais dor de cabeça do que o acontecido no dia anterior.
Entrou no que se diga elevador do prédio, estava apenas ele, seus amigos o esperavam no cômodo da sala do apartamento de um de seus companheiros, Levy. Eles o observavam numa tela de celular, que era transmitida por uma microcâmara posta no chapéu simples que Ricardo usava.
Ele seguiu o que seus amigos o disseram, foi ao quarto andar e quando chegou pressionou o segundo botão do segundo andar e, por último, foi para o décimo andar.
Ao chegar ao decimo andar, deu uma mini saída, apenas dois passos para dentro do andar e depois retornou para o elevador, para ir ao próximo andar, do qual era o quinto.
As portas do elevador se abriram e o mesmo sentiu todos os seus pelos do corpo se eriçarem, uma mulher jovial entrou, dando uma boa noite, não a respondeu.
Pressionou o próximo botão do primeiro andar, mas, foi para o décimo, sem ao menos indicar o elevador para ir até este andar. De repente, uma onda de terror subiu em seu corpo e o arrependimento o abateu, mas não se deixou levar, poderia ficar pior se entrasse em pânico ali.
A mulher continuava ao seu lado, olhava para o mesmo com o olhar confuso e, vezes ou outra, tentava puxar uma conversa, mas foi indicado para o mesmo não se dirigir a palavra a ela ou muito menos a olhá-la. Não estava acreditando no ritual, mas no momento que a mulher entrou e o elevador seguiu para o décimo andar em vez do primeiro, decidiu não se ariscar.
Chegou ao seu destino, o décimo andar, a mulher sumiu ao seu lado e, aquela vozinha em sua cabeça o avisava para parar com isso, mas não escutou, não pisotearia seu orgulho.
Hoje em dia, se pudesse mudar algo naquele dia, seria não ir para casa de seu amigo. Ou muito menos, participar de uma coisa idiota como aquela, coisa essa que assolou a sua vida.
Suspira enquanto estava na espera da mulher. Anos se passaram desde aquele dia, Raquel veio falar com o mesmo meses atrás, contando-lhe que o tal cara não dava atenção e sua única preocupação era trabalho, trabalho e mais trabalho. Era como se não estivesse casado.
Ela o propôs que se encontrariam às escondidas, ele ficou preocupado, afinal, ela era casada e não sabia do que o cara era capaz. Ele já tinha problemas demais com o que se preocupar.
Mas ela disse que não tinha com o que se afligir, no amor se corria riscos, e seu risco era não ser descoberto pelo marido da mesma. Ele aceitou, no final de tudo, ainda a amava.
E nisso ficou, o único momento de paz do mesmo era nos momentos em que ficavam juntos, ela era sua joia preciosa, e ele seu brinquedinho de saciar sua solidão.
Até outra proposta lhe vir.
O que aconteceu depois do ritual foi que, estava sendo perseguido, por alguém ou algo, em sua mente nada mais fazia sentido, sentiu até mesmo, em certos momentos, vontade de simplesmente de se matar, entrega-lhes a vida, mas não faria, seria como ser fraco demais consigo.
Este que, quase foi possuído, conseguiu escapar, por pouco, mas conseguiu.
Desde então sua vida era literalmente um inferno, composta em fugir de mortos e da própria morte.
Até que conseguiram o pegar, mas não o mataram, muito pelo contrário, fizeram dele uma alma viva, capaz de viver em ambos os mundos distintos. Mas ele sofria com vozes, gritos, em sua cabeça. Não ouvia seus próprios pensamentos, mas apenas vozeados de clemência de pessoas desconhecidas. Pessoas que sofriam com a morte.
E, a única maneira de acabar com isso, era seguindo a proposta que tal entidade falou-lhe, oferecer o que lhe era mais importante e valioso, um objeto, uma comida, uma roupa... Uma pessoa.
Viu a moça se aproximando ao longe, em um vestido social vermelho escuro e saltos pretos.
Elogiou a amante e ela reclamou pelo local que ele marcou para se encontrarem, ele se desculpou e disse que precisava mostrar algo, o qual o mesmo amava ver, ela assentiu, mesmo em meio a reivindicações.
Eles seguiram caminho voltado por várias sepulturas, a cada passo o coração de Ricardo se apertava, valeria a pena fazer isso? A que preço?
Ela comenta sobre o local novamente, sem parar, falava, falava e, acabou por comentar algo sobre seu marido, no qual a informação o dizia que o mesmo a levaria ao Oriente.
Todas as suas hesitações sobre o que faria ali foram esquecidas, estava agora determinado a conseguir sua vida de volta.
Enquanto seguiam o caminho via a mulher ao seu lado dar profundas tragadas no cigarro que possuía, ela estava com um olhar relaxado e sem muito ânimo, parecia entediada.
"Não se preocupe, meu amor, seu tédio não se manterá para sempre" pensou, dando no final um sorriso macabro, não visto pela moça ao seu lado, por está ocupada demais em não deixar seu sapato grudar no chão lamacento.
Raquel já reclamava pelo tanto que andara, Ricardo vendo que não restava muito caminho para se andar, tranquilizou-a, dizendo que estavam perto. Ao chegarem ao seu destino, desceu a moça até lá, no caminho, enrolou ela criando histórias, sempre com uma expressão séria, não deixando rastros que era uma armadilha.
Raquel, caindo como um patinho, foi na conversa de seu amante e, quando olhou em uma das pedras contendo memoriais, leu o nome da pessoa e o ano de sua morte, ficou espantada, não acreditando na informação lida.
Se virou para prestar queixas, aquilo só podia ser uma brincadeira de mal gosto, que estava assustando um pouco.
Mas, já era tarde.
Ao se virar, já percebera que estava presa, correu até a portinhola para gritar socorro, mas foi como Ricardo disse, aquilo era isolado, até os fantasmas que se um dia se apoderaram ali, fugiram.
Engatou a chave na fechadura da portinhola e a girou a puxando para si novamente, antes que a moça chegasse perto. Agora sim estava devidamente trancada, com as almas de quem o importunavam, os únicos que tiveram coragem de permanecerem ali e os culpados por causarem medo aos fugitivos, diga-se, "fantasmas".
Sua proposta foi concluída.
Ouvia o grito dela, sentiu seu coração escaqueira-se em milhares de partes. Deu as costas, ouvindo sons estranhos e seu corpo se revigorando, quase como se retirando um peso de dentro dele.
Voltou todo o caminho feito, tirando um cigarro de seu bolso, acedendo-o e dando uma profunda tragada. Saiu do cemitério, jurando ter ouvido sons de risadas de crianças ao longe, pareciam-se divertirem em uma brincadeira nomeada ciranda, as risadas eram altas e contagiantes, se não soubesse quem elas realmente eram, ou o que eram.
Autores: Andressa Alcântara,
Bianca Soares,
Ryan Costa
Edição e finalização: Renata Chaves
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