Você se assumiria por Amor? - A história de um casal que superou preconceitos. Fan FIc - HaiKYuu!!


Rosa Pequena

Esvoaçavam ritmamente seus fios alaranjados, seus olhos castanhos sempre com um brilho único, sua boca com seu costumeiro sorriso encantador, sua altura, que mesmo pequena, era influência em seu modo agressivo e fofo de se demonstrar ser.
E era isso que Kageyama achava.
A beleza do pequeno sempre chamou-lhe, e chama, atenção, aquele sorriso… Ah! O sorriso, era daqueles raros sabe? Aqueles do tipo que faz-te sorrir junto, seja por qual tipo de problema que estiver lhe importunando, você sorrirá junto sem nem mesmo ter consciência de seus atos. Seus olhos são como um rio marrom, tão belos, o ruivo ainda tinha a audácia de fazer o Tobio se perder entre eles, querendo emergi no momento, mas sem sucesso com o objetivo, se aprofundando ainda mais, perdendo-se e encantando-se.
A voz, o corpo, sua personalidade, seus defeitos, falhas, manias, tudo que Shõyõ tinha, Kageyama admirava.
O problema é que ele jogava tudo que sentia - paixão, deslumbre, amor… - pelo pequeno, dentro de uma panela de pressão, e fechava-a com falsa raiva, rancor e competitividade, na realidade era apenas uma desculpa fútil para se manter ao lado de quem amava.
Nunca gostou de brigar ou ter que bater em Shõyõ para manter "as aparências", ninguém podia sonhar em saber o que na verdade ele sentia pelo ruivinho, imaginava-se os boatos! “O famoso rei é gay”. “ Olhem! Olhem! Aquele é o garoto por quem o rei gosta”. “Será que o ruivinho é gay também?”. “Eles estão namorando?”. “Um casal de homens na escola, que vergonhoso”.
 Sabia que não seria o único prejudicado, levaria Hinata junto, e mesmo ele não ligando para opiniões de outros, Hinata ligava, e o mesmo já sofria por sua baixa estatura, imagina ser zoado por sua sexualidade! Kageyama não queria ser o motivo por tal tortura, por conta disso Tobio escolheu o sigilo, era sua melhor, única, escolha.
Shõyõ nunca saberá seus sentimentos direcionados a ele.
(…)
Estavam em treino, logo chegaria as semifinais do campeonato de volleyball, e eles - ele - não poderia bombear, afinal quem ele ama estaria assistindo, além disso, estaria jogando consigo na quadra e ele estaria justamente em sua frente, preparado para jogar-lhe a bola, e o mesmo teria que estar preparado para rebatê-la bem.
Ou Kageyama seria capaz do matar se fizesse o contrário.
Hinata observava o moreno treinando com Sugawara, o platinado realmente tinha uma personalidade dócil e possui seu jeito gentil e passivo de agir, mas quando se responsabilizava em assumir o cargo como treinador de Tobio.
Bom…
- LEVANTA MAIS ESSA MÃO KAGEYAMA!
- SIM, SENPAI!
- MAIS PRECISÃO NESSE LEVANTAMENTO, VOCÊ QUER SER O MOTIVO DO NOSSO FRACASSO?!
- NÃO, SENPAI!
O ruivinho colocou a mão sobre a boca, prendendo a risada que queria escapar-lhe, só mesmo Sugawara para colocar medo em alguém bruto e raivoso como Kageyama.
Mas logo o sorriso em sua boca foi murchando, seus olhos tornaram-se baixos e o mesmo passou a fitar o chão amadeirado da quadra, tão limpo, tão marrom;
Tão forte…
Algo que ele não era, não conseguia aceitar o fato de conseguir ser um fracassado sempre quando o assunto se tratava de seus sentimentos com relação ao Kageyama, era tão fácil, tão simples e… normal.
Sim, era normal, ele não via problema em gostar, amar, alguém como Kageyama. Só por ele ser uma pessoa de seu mesmo sexo ele parará de ser ele mesmo? Não! Seu jeito de ser e levar a vida continuarão ali, intactos, as únicas coisas que mudarão são seus gostos e desejos. Mais nada.
Ele se importava sim com opiniões alheias, mas se este fosse seu fardo para está ao lado de Tobio, pois que fosse, afinal quem estaria feliz ao lado do moreno, seria ele e não as outras pessoas. Quem faria seus dias serem ainda mais coloridos seria aquele levantador brutamonte e não os invejosos.
Sim, invejosos, pois uma pessoa, a única para quem ele contou isso, um dia lhe falou que toda pessoa para quem chegasse a importuná-lo somente por conta disso, esse ser, se sentia ultrapassado, pois, ele encontrou quem ama e melhor, ainda foi correspondido. Outras homofóbicas, já essas, possuíam desejos escondidos, ocultados, não se sentiam libertos para demonstrar, então, sua solução era tampar, esconder esses desejos. Como? Zoando e maltratando justamente aqueles que tinham a liberdade de fazer aquilo que eles próprios tinham medo em fazer.

Hinata:

Sabendo disso, eu sei que chegará a hora que eu não ligaria mais para os comentários importunos.
Mas para isto acontecer, primeiro eu teria que ser sincero com Tobio.
- Kageyama! - chamei-o, ele e Sugawara-senpai viraram-se juntos para minha direção. - Preciso conversar algo sobre o levantamento, péssimo, do Kageyama, com ele. - vi uma veia saltar sobre a testa do dito cujo, e o olhar transbordando a ira do mesmo, sobre mim. - Posso, Sugawara-senpai?
- Claro Hinata, cinco minutos. - Sua personalidade gentil se fez presente e eu assenti, fazendo uma reverência em agradecimento, em seguida chamei Kageyama com um manejo com a mão, nos retirando da quadra.
Kageyama andou até a coluna da parede do corredor encostando suas costas na mesma, ao lado de fora da escola e em frente e porta de entrada da quadra, formando uma ligação entre ambos. Ele cruzou os braços e me observou, fiquei em sua frente mantendo uma distância relativamente normal.
- E então? - começou. - Quais são os verbos de agora? Ridículo? Detestável? Inaceitável?
- Isso são adjetivos.
- Eu acho. - Tanto faz, o que importa é que eu não estou nem aí pro que você pensa, então dá pra ser rápido em falar o que quer e eu fazer meu costumeiro trabalho em fingir que dei importância e voltar para meu treino?
- Bom saber que você não dá importância para o que eu digo - me encostei também no pilar atrás de mim.
- Você tá cansado de saber.
Respirei fundo, de repente a vontade de contar tudo estava se esvaziando e o medo de ser rejeitado ou de ele não dar importância, mais uma vez, tomando conta.
- Droga Kageyama! - Exclamei, levando as mãos aos meus cabelos, os bagunçando.
- O que? - Balbuciou confuso. - Será que dá para você ser, uma vez na vida, menos insensível?
- Como assim seu idiota? - Ele se desencostou da parede com raiva. - Você é que é insensível! - Eu? Eu insensível? - Também desencostei da parede, me aproximando, minha raiva se espelhando na sua.- Não sou eu que faço o cu criar inveja da boca de tanta merda que sai.
- Como é que é?
- Exatamente o que você ouviu!
- O que deu em você hoje?!

Autora:

- O que deu é que eu cansei de ser covarde e esperar alguma atitude sua!! - Observou o moreno em sua frente ficar tenso.
- Como…?
Sem esperar mais, Shõyõ aproximou-se em apenas dois passos, subindo nos pés de Kageyama, ficando na ponta dos pés e o puxou pela gola de sua blusa, juntando suas bocas.
Kageyama sentiu, no mesmo momento, um vento frio passar por entre eles, e ainda em choque, fechou seus olhos, antes arregalados pela surpresa, e abraçou a cintura do ruivo o aproximando, sentindo ambas as línguas se mesclarem em um ritmo gostoso, ele sentiu também, durante o beijo que se mantinha calmo, o perfume do ruivo inundar o local, algo como rosas…


Autores: Andressa Alcântara
               Ryan Costa
               Maria Bianca

Edição e Finalização: Renata Chaves
                 

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