Conheça um pouco da história do Livro Tartarugas Até Lá Embaixo, de Jonh Green e divirta-se com mais história do universo do livro (FANFIC)
Tartarugas Até Lá Embaixo é uma história que acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido - quem encontrá-lo receberá uma boa recompensa em dinheiro - Aza tenta ser uma boa filha, uma boa aluna e uma boa amiga, mas em meio a tudo isso, há uma coisa que a impede, que é o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). E com isso ela tem que lidar com os pensamentos invasivos que se afunilam até lá embaixo.
Repleto de referências da vida do autor - entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e - por que não? - peculiares répteis neozelandeses.
A seguir você vai ler uma Fanfic (uma história fictícia produzida por um fã, a partir de um livro, série etc.) da personagem Noah, filho caçula do bilionário desaparecido Rusell Pickett.
A seguir você vai ler uma Fanfic (uma história fictícia produzida por um fã, a partir de um livro, série etc.) da personagem Noah, filho caçula do bilionário desaparecido Rusell Pickett.
- Fanfic - Tartarugas até lá embaixo
Noah, além do sofrimento.
O
sinal toca, a aula começa, geralmente, eu gosto de Filosofia, mas do Sr.Carter
não, então tudo o que faço na aula dele é me sentar no fundo da sala, pôr o meu
capuz e escutar música através do meus fones de ouvido discretamente.
Já faz algum tempo que o meu pai está desaparecido, e todos sabem disso (eu acho) mas não sabem só que ele está desaparecido, sabem também que ele estava envolvido em um esquema de corrupção antes de desaparecer e que provavelmente tenha fugido para escapar da cadeia, não gosto muito de pensar sobre isso e sim pensar no dia em que ele vai entrar pela porta e dizer: voltei.
Minha música preferida (Take me to church - Hozier) começou a tocar, não escutava ela pela letra e sim pela emoção que transmite. Era um ritmo bom e ao mesmo tempo triste, era uma música boa de verdade, coisa rara para uma música da nossa época. Quando de repente vejo o Sr.Carter falando algo para mim, não podia ouvir, pois estava com os fones de ouvido em um volume que me impedia de ouvir qualquer barulho ou ruído exterior. Então tirei os fones para ouvir o que o Sr.Carter dizia.
- Está me ouvindo agora? - Perguntou o Sr.Carter
- Sim - Respondi
Logo em seguida ele falou
- Ótimo, então já que está ouvindo bem se levante e vá até a sala do diretor e diga-lhe a razão pela qual você estava usando fones de ouvido na hora da aula -.
Me levantei e só assim visualizei todos da sala com os olhos mirados na minha direção. Peguei minha mochila e me pus a caminho da sala do diretor. Ao chegar lá, a secretária me perguntou o que eu desejava e falei que o Sr.Carter tinha me mandado para ter uma conversa com o diretor, ela pediu para que eu esperasse que logo seria atendido, me sentei ao lado de uma garota que nunca havia visto, ela tinha um ar de mistério e de tristeza.
- Sr.Carter? - ela me pergunta e olho para ela espantado e surpreso.
- Sim, eu estava usando fones de ouvido na aula dele e ele me mandou para cá - respondo a ela
- Estou aqui por causa da Sra.Bromfield, a professora de Literatura, eu disse a ela que a série de livros A Rainha Vermelha é mais interessante do que qualquer obra de Shakespeare, ela interpretou como um insulto e me expulsou da aula dela
- Bem rebelde você, em?!, hahaha - eu retruquei e ambos rimos e foi quando uma mulher saiu da sala do diretor e a secretária disse que nós poderíamos entrar.
Ao entrarmos foi o mesmo papo de sempre, ambos estão errados, devemos respeitar os professores e devemos guardar nossas opiniões para nós, o que o deixava em contradição, pois havia um panfleto em uma de suas paredes que tinha escrito "Fale o que pensa", apenas concordei e a garota que estava ao meu lado fez o mesmo. Logo após isso, o Diretor nos deu, a cada um, uma anotação e disse que da próxima seria suspensão e que estávamos dispensados por hoje.
Ao sairmos da sala do diretor, perguntei o nome dela e ela disse que era Laurel e do mesmo modo me apresentei como Noah.
Ela falou - bem, temos quarenta minutos livres da escola quer vir ao White River comigo? -
- Não tomo banho naquele rio e de qualquer forma não estou com uma roupa adequada para a ocasião - respondi a ela.
- Mas não vou para tomar banho, vou para passar o tempo - ela retrucou.
- Sendo assim, vamos - respondi.
Era quase impossível de acreditar que eu estava indo para uma parte da cidade que eu não conhecia e com uma garota que eu conheci há poucos minutos, mas encarei aquilo como algo para esquecer um pouco da realidade que eu estava vivendo.
No caminho para o White River, Laurel, quase não falou nada até que paramos em frente a uma casa e ela me falou para não fazer nenhum barulho e falou para eu segui-la. Entramos em um beco, um pouco estreito, e quando menos percebi estava no terreno esverdeado que fica às margens do White River, Laurel se sentou e eu fiz o mesmo, por um momento achei que ela não fosse dizer nada até que, finalmente, ela quebrou o silêncio.
- Então, como você está? - perguntou ela sem demonstrar interesse.
- Triste - eu respondi.
- Mas por causa de quê - ela retrucou
- Até parece que você não sabe dos os boatos que rondam a escola a meu respeito - lhe respondi friamente.
Logo ela falou - garoto não sei quem pensa que eu sou, mas eu cheguei do Texas tem quatro dias e fui matriculada naquela escola há dois dias e, no meu segundo dia, já causei um problema -
Quando ela falou aquilo, me senti horrível por dentro.
- Me desculpe, é que tudo parece estar contra mim ultimamente, primeiro o meu pai desaparece, depois os que se diziam meus "amigos" se afastam, ninguém parece perceber que estou sofrendo, está sendo horrível passar por tudo isso - lhe expliquei.
Ela ficou calada por alguns momentos, talvez estivesse pensando que estava ao lado de um dos dois filhos do grande milionário Russell Pickett, foi quando ela me falou a seguinte reflexão.
- Uma vez, nas férias de verão dos
meus 10 anos, minha mãe me levou em uma piscina natural em uma cidade do Texas,
era maravilhoso tudo aquilo e eu não via perigo algum, então me lancei na água
cristalina, fiquei lá boiando sem perceber que estava me afastando da parte
rasa e me aproximando da parte funda, quando me dei conta entrei em desespero,
pois não sabia nadar, comecei a ficar agoniada e a afundar. Sem ar e
desesperada, não pensava em mais nada além de sair dali, tentei manter a calma
e me lembrei do que o meu pai me disse uma vez que para nadar você tem que
puxar com os braços e dar impulso com as pernas, fiz isso e vi que estava dando
certo, continuei e quando cheguei à superfície tudo que conseguia pensar era
"eu estou respirando", "acabou a agonia" e "eu
venci". Você tem que fazer o mesmo, tem que achar um modo de sair dessa
angústia que está passando, mesmo que esteja machucado, tem que sair dessa e se lembrar que se a vida
não ficar mais fácil, você tem que tratar de ficar mais forte -.
Aquela fala me impactou de uma maneira muito forte, nunca ninguém abriu a minha mente daquele jeito, fiquei emocionado e, simplesmente, não tinha palavras para aquele momento.
- Bem, acho que já está na hora de eu ir indo, foi bom passar esse tempo com você - disse Laurel.
- Digo o mesmo para você, foi um prazer conhecê-la - lhe respondi.
Logo após isso cada um de nós tomou o nosso caminho e nos distanciamos com a promessa de nos vermos no dia seguinte.
A
caminho de casa, estava desenvolvendo o que Laurel me disse, e cheguei à
conclusão de que o que quer que o destino me reservasse eu teria que enfrentar,
pois fugir daquilo que te dá medo, só piora as coisas, então, em relação ao meu
pai, o quer que eu tivesse que saber a hora certa chegaria e não teria como
fugir, é sentar e aceitar.
Autor: Rodrigo Duarte
Edição e finalização: Renata Chaves
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